A Quem Interessa o Desarmamento?

Dezembro de 1999

Este artigo reflete a evolução do pensamento do ARMARIA, fruto do intercâmbio de informações com outras associações patrióticas (brasileiras e internacionais) engajadas na luta contra o projeto de governo mundial da ONU.
Recomendamos a leitura dos artigos precedentes, "Preparem-se para o confisco!", "Horizonte Nebuloso" e "A Volta a Guarda Nacional."

É óbvio, para qualquer pessoa mais ou menos esclarecida, que essa campanha de desarmamento nada tem a ver com a criminalidade ou a tal “violência”. No entanto, para a maioria das pessoas não são evidentes os motivos de tal campanha. Tentaremos, nessas poucas linhas, explicar o que está acontecendo.

Imagine o leitor que você colocou todas as suas economias em ações de uma determinada empresa. Um belo dia você recebe a informação que a empresa está a beira da falência. O que você faria? Bem, em primeiro lugar trataria de manter segredo total sobre a situação da empresa e diria para todo mundo que a empresa vai muito bem, obrigado. Enquanto isso, tentaria vender os papéis o mais rapidamente possível, para recuperar o dinheiro aplicado, e cuidaria de aplicá-lo em ativos reais, tipo uma casa ou um terreno. Não é assim que todos agem?

Agora imagine que grandes grupos econômicos descobriram que existe uma “bolha especulativa” de alguns trilhões de dólares no sistema financeiro mundial. Essa montanha de dinheiro não corresponde a nenhuma riqueza, isto é: não passa de papel pintado, sem lastro.

Tal como você faria, esses grupos tentam manter segredo sobre o assunto enquanto tratam de converter esse papel em ativos reais. O problema é que converter essa incrível quantidade de dinheiro em ativos não é fácil. É preciso transformar esse papel em bens que mantenham seu valor no caso do sistema financeiro mundial entrar em colapso. O ideal é comprar coisas que sempre terão valor enquanto existir a humanidade, por exemplo: minérios, petróleo, terra fértil, empresas de energia elétrica, grandes redes de telecomunicações, etc.

Mas para adquirir essas riquezas alguns obstáculos precisam ser removidos. O maior deles são os estados nacionais. Fora dos EUA, a regra geral é esses bens estarem sob controle dos estados, na maioria das vezes sob o manto de grandes empresas estatais. Diversas estratégias foram adotadas por esses grupos para acabar com as barreiras que os diversos países criaram para proteger suas riquezas (reserva constitucional, barreiras alfandegárias, tarifas preferenciais, monopólios, leis excludentes, etc.).

Para não precisar empregar força militar (até porque os interesses desses grupos nem sempre coincidem com o interesse nacional de algum país poderoso), foram adotadas as seguintes estratégias:

1) Controlar as agências internacionais de fomento (Banco Mundial, BID, FMI, etc., além, é claro, da ONU)
2) Aumentar os juros de forma a endividar os países mais pobres e força-los a vender seus ativos;
3) Financiar pessoas e instituições contrárias a presença do estado na economia, favoráveis ao conceito de soberania limitada e a livre movimentação de capitais;
4) Acabar com toda legislação que fomente empresas nacionais;
5) Adquirir os meios de comunicação (ou subornar seus proprietários) de forma que apenas pessoas e idéias favoráveis a seus interesses tenham divulgação;
6) Promover campanhas de descrédito contra pessoas e instituições que oponham resistência a seus interesses;
7) Subornar políticos para aprovarem as mudanças adequadas;
8) Premiar e condecorar pessoas e instituições que apoiam as teses anteriores;
9) Difamar e enfraquecer os grupos nacionalistas e as forças armadas;
10) Enfraquecer o estado fomentando radicalismos e desavenças internas;
11) Promover mudanças políticas que consolidem as conquistas obtidas;
12) Desarmar a população de forma a não haver riscos de uma revolta popular armada.

Esse receituário é válido para todos os países e foi aplicado, com maior ou menor sucesso, no mundo todo e não apenas no Brasil. Não vamos discorrer sobre como essas táticas foram empregadas em nosso país, mas se observarmos a história recente veremos que todos os itens acima foram implementados com grande sucesso e todas as nossas riquezas (sejam estatais ou privadas) foram alienadas para grandes grupos estrangeiros. Não é mera coincidência que o presidente que promoveu essa liquidação do patrimônio nacional seja o mesmo que deseja o desarmamento da população.

O momento atual é de consolidar essas conquistas. O único grande grupo nacionalista que restou no país são as forças armadas e suas auxiliares. É importante, portanto, mantê-los fracos e sob constante ataque. Assim reduzem-se as verbas, o armamento, os salários e qualquer forma de estímulo a carreira militar. Daí a campanha de torná-las forças policiais; Daí a campanha para desacreditá-las - assim como as polícias – principalmente a Polícia Militar; Daí a reabertura de processos arquivados há muito tempo, etc. Notaram o que está acontecendo nesse momento com a Brigada Militar do Rio Grande do Sul?

Se isso não for suficiente, estimula-se a formação de grupos guerrilheiros locais, tal como estamos vendo no México, Peru, e Colômbia, de forma a dar uma "ocupação" aos militares e impedí-los de pensar nos outros tipos de saques que estão acontecendo no país. Outra vantagem dessa tática é que, se tiver sucesso, pode colocar o país de joelhos e forçá-lo a pedir uma “ajuda” militar internacional (tal como estamos vendo acontecer na Colômbia) - excelente forma de colocar tropas estrangeiras dentro do país sem oposição.

É preciso também fazer mudanças políticas de forma a reduzir a possibilidade de um presidente nacionalista assumir o poder. É imperioso reduzir os poderes do presidente e por isso vemos (novamente) a campanha pró-parlamentarismo em ação.

Como dissemos, a forma preferencial de impor as idéias anti-nacionais é através do fomento de pessoas e instituições que comungam com os interesses alienígenas. O papel das Organizações Não Governamentais (ONGs) é importantíssimo nesse aspecto. São elas que, aproveitando-se da boa fé de algumas pessoas, divulgam e implementam as políticas anti-nacionais e enfraquecem o papel das instituições do estado. Notaram como elas estão sempre contra militares e policiais? Notaram que direitos humanos são só para os bandidos e não para os policiais e suas famílias (ou mesmo para as vítimas)? Notaram como não falta dinheiro para suas atividades?

Segundo a revista Veja de 09/fev/94, existem (existiam, na época) 5000 ONGs atuando no Brasil, com orçamento anual de 700 milhões de dólares, dos quais 80% provêm de doações do exterior. Nelas trabalham cerca de 80 mil profissionais, dos quais 60 mil em tempo integral e a maioria possui curso superior. Não é interessante vermos como esses grupos estrangeiros são bonzinhos e estão preocupados com nossos problemas?

No caso do desarmamento brasileiro, a ONG intitulada Viva Rio ocupa papel de destaque. O Viva Rio surgiu em 17 de novembro de 1993, alguns dias depois do seminário internacional intitulado “Cidadania Participativa, Responsabilidade Social e Cultural em um Brasil Democrático” onde o maior destaque foi a presença do banqueiro David Rockefeller, ex-presidente do Chase Manhattan Bank, proferindo o discurso inaugural. É curioso notar que o banqueiro, hoje filantropo, foi um dos principais responsáveis pela implantação da política neo-liberal causadora da proletarização da classe média e do agravamento da concentração de renda brasileira. Por coincidência, estava presente no seminário o então chanceler Fernando Henrique Cardoso.

O Viva Rio integra a rede mundial de ONGs anti-armas chamada IANSA – (International Action Network of Small Arms). Os objetivos e estratégias da IANSA estão relacionados em suas diretrizes:

Algumas diretrizes da IANSA

1 – Reduzir a disponibilidade de armas para civis em todas as sociedades;
2 – Estabelecer regulamentações, treinamento e supervisão para assegurar o compromisso com padrões internacionais de direitos humanos por instituições estatais, forças armadas irregulares e cidadãos, no uso de armas leves;
3 – Promoção de programas para incentivar os cidadãos a entregar armas de fogo ilegais, inseguras ou indesejáveis;
4 – Relatórios regulares ao Registro de Armas Convencionais da ONU e apoio à extensão de sua abrangência para incluir algumas categorias de armas leves;
5 – Reforçar o papel da sociedade civil no monitoramento de transferências e do uso de armas leves nas esferas nacional, regional e internacional;
6 – Acompanhamento e monitoramento de transferências e movimentações de armas leves;
7 – Estabelecer sistemas políticos e legais para assegurar um efetivo controle e monitoramento civil das forças militares, polícias e outras instituições de aplicação da lei;
8 – Reduzir os gastos militares ao nível mais baixo possível;
9 – Desenvolver campanhas locais, nacionais e regionais de educação e percepção públicas, destinadas a deslegitimizar a posse de armas como parte de um processo de construção de confiança em instituições de segurança pública imparciais;
10 – Apoiar ONGs e o estabelecimento de capacidade comunitária, particularmente em regiões e localidades onde o uso de armas e a violência sejam mais problemáticos e as ONGs tenham poucos recursos, de modo a facilitar que elas possam desempenhar um papel pleno na IANSA;
11 – Assegurar que as campanhas, a mídia e o trabalho político mantenham o vínculo humano sempre que possível, por exemplo, “dando um rosto às vítimas”;
12 – Engajar, quando apropriado, o apoio de figuras públicas respeitadas e populares para transmitir mensagens de campanha para a mídia e o público;
13 – Estigmatizar ações de atores estatais e não estatais percebidos como contribuintes para o problema das armas leves e desenvolver estratégias para incentivar mudanças positivas e de acordo com os padrões internacionais.

O item número 4 revela-nos que as ONGs querem um registro universal das armas de fogo no âmbito da ONU, o que faz parte da política de governo mundial desta entidade.
Vejam os itens 5 e 6 - por eles percebemos porque o Viva Rio está tão interessado em assumir o controle dos arquivos da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do SINARM da Polícia Federal. Eles querem substituir Exército e Polícias no controle das armas civis.
Os itens 2 e 7 mostram claramente a intenção de controlar as Forças Armadas e as Polícias.
O item 8 confirma o que já dissemos quanto ao enfraquecimento das Forças Armadas.
Os itens 9 e 13 mostram-nos porque a Sra. Elizabeth Sussekind, do Viva Rio, nomeada Secretária Nacional de Justiça pelo ministro José Carlos Dias, defende a divulgação na Internet do número das armas e da lista de seus revendedores.
Finalmente, lendo os itens 11, 12 e 13, percebe-se de onde vem a “inspiração” para as campanhas anti-armas do Viva Rio, do SBT e das organizações Globo.

Mas o desarmamento é mais que mera providência contra-revolucionária. A arma é um ícone da independência do cidadão diante do estado e o esteio da propriedade privada. É por isso que vemos alguns políticos "de esquerda" apoiando o desarmamento. O cidadão armado é insubmisso. Assim como ele está disposto a confrontar um bandido, ele também se dispõe a enfrentar a tirania. É por isso que, para a implantação do chamado “controle social” da população, é imperioso desarmar os cidadãos.

Colega proprietário de arma:
Não é preciso se envergonhar de ter arma. É seu direito como cidadão e sua obrigação como patriota. A defesa própria é um direito e a arma de fogo seu instrumento. Não abra mão deste direito. Como disse Jean Jaques Rousseau, “Direito tirado nunca mais retorna”.
Filie-se à Associação Nacional dos Proprietários e Comerciantes de Armas - ANPCA.
É com seu esforço que contamos.

L.A.


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