CORREIO DO CIDADÃO Nº 064

divulgado em 24/DEZ/98

AUMENTAM AS MORTES EM VITÓRIA

Por Regina Titelius, The Herald Sun
Melbourne, 23/dez/98
(Título original: Killings rise in gun hunt)

Mais de um milhão de armas de fogo ilegais e não registradas podem estar escondidas em lares vitorianos apesar do programa de recompra e da nova anistia.

Na realidade, os assassinatos por arma de fogo aumentaram desde o programa de recompra do governo que retirou de circulação cerca de 225 mil armas registradas ou não.

Ocorreram 18 mortes por tiros em 1996/7, após o início do programa de recompra de armas, comparado com apenas 6 em 1995-1996 - antes do programa começar.

Políticos e "lobistas" pró e anti-armas disseram ontem ao Heral Sun que não estava sendo feito o suficiente para reduzir o número de armas ilegais e não registradas no país.

Os anti-armas disseram que a segurança pública permanecerá comprometida enquanto os proprietários de armas continuarem a burlar a lei.

Sebastian Ziccone, presidente estadual da Sporting Shooters Association of Australia, disse que, do ponto de vista da segurança, o programa de recompra falhou vergonhosamente e teve efeitos mínimos na redução do número de armas ilegais ou sem registro.

"O número de armas de fogo usadas em crimes não mudou... aparentemente até aumentaram" disse Ziccone. "A Austrália não está mais segura hoje em dia".

Disse ainda que os 500 milhões gastos no programa de recompra por toda Austrália poderiam ter sido melhor empregados no combate ao suicídio juvenil e no sistema público de saúde.

Estimativas para o número de armas ilegais variam de 140 mil, de acordo com grupos anti-armas e um milhão, segundo os grupos pró-armas.

O então ministro de polícia, Pat McNamara, estimou, em 1996, que existiam no estado de Vitória entre um a dois milhões de armas sem registro antes do massacre de Port Arthur.

John Crook, presidente do grupo anti-armas Gun Control Australia, declarou que mais recursos são necessários para melhorar o sistema de registro de armas.

"O governo investiu muito pouco no registro de armas" disse Crook. "Eles não estão levando isto a sério". (...)

(...) Dados recentes da polícia de Vitória, entregues ontem ao Heral Sun, mostram que o número de armas registradas diminuiu em cerca de 200 mil desde o massacre de Porte as conseqüentes mudanças na lei.

Em 28 de abril de 1996 haviam 880 mil armas de fogo registradas em Vitória quando 35 pessoas foram mortas na cidade turística de Port Arthur, na Tasmânia. Os registros de armas até novembro passado diminuíram para 689.967 – uma redução de 198.633 registros.

O programa de recompra de armas custou aos cofres públicos do estado de Vitória 106 milhões de dólares e recolheu 207.100 armas proibidas entre agosto de 1996 e setembro de 1997. (...)

Um novo programa de anistia, que começou em agosto deste ano e terminará em fevereiro próximo, está encorajando aos proprietários de armas a entregarem suas armas proibidas ou registrarem-nas. (...)
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COMENTÁRIO:
Enquanto os assassinatos triplicam, os anti-armas prosseguem em sua ladainha típica: a lei não funcionou porque não foi investido o suficiente; o povo não quer colaborar, a polícia faz corpo mole, etc., etc.
Eles não admitem que as leis anti-armas só funcionarão quando os bandidos resolverem cooperar.

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