Por Michael Collins e Peggy Kreimer

FRANKFORT - Um homem que sacou a arma e alvejou um "quase ladrão" no Devou Park, em Covington, na manhã de Quinta feira (19/8/99), mostrou que a lei do porte de arma não discricionário está tendo os resultados pretendidos, declarou seu maior defensor.

"É exatamente isto o que a lei pretendia: permitir um cidadão honesto de se defender" disse o deputado estadual Bob Damron (Democrata - Nicholasville).

Mais de 51 mil cidadãos de Kentucky obtiveram porte de arma nos três anos em que a lei está em vigor e mais licenças devem ser emitidas após o incidente em Devou Park, ponderou o sherife Charles Korzenborn de Kenton County. Ele calcula que o público veja esse incidente como exemplo da proteção que o porte de arma proporciona. Neste ano, 160 pessoas já requereram o porte.

"As pessoas não tem apenas o direito, mas também a responsabilidade de tomar conta de si mesmo", disse Kozenborn, que administra as licenças no município de Kenton. "Se as pessoas precisam da polícia para qualquer coisa, então precisaremos ter um policial para cada habitante"

O operário aposentado, Joe Megerle, 57, de Covington, estava andando no parque Devou quando um homem se aproximou e, sacando uma pistola, exigiu seu dinheiro. Megerle puxou sua própria pistola calibre 6,35 mm e atirou em Jamie Kennedy, atingindo-o no tórax e na cabeça. Kennedy encontra-se no Hospital Universitário em Cincinnati em condição crítica.

Kennedy foi acusado de tentativa de roubo e ainda pode receber uma acusação de tentativa de homicídio, declarou o assistente do chefe de polícia de Covington, Bill Dorsey. (...)

A polícia informou que a arma de Kennedy não estava carregada, mas isto não afeta a gravidade de sua ação, disse Dorsey. Megerle acreditou que sua vida estava em perigo e agiu corretamente ao atirar em defesa própria, afirmou Dorsey. Megerle tem uma licença de porte de arma. "Nessa situação foi a atitude correta" disse Dorsey. (...)

Segundo Dorsey, o confronto no parque Devou foi o primeiro caso no norte de Kentucky em que alguém com um porte de arma fez uso real da mesma desde que a lei foi aprovada em 1996.

Mas, segundo Damron, que lutou pela aprovação da lei na assembléia do Kentucky, outros casos semelhantes já ocorreram por todo o estado.

Em Bowling Green, uma mulher que acabara de obter seu porte de arma e completado o curso de segurança obrigatório, atirou num homem que invadiu sua casa. Ela declarou, depois, que não seria capaz de se defender se não tivesse feito o curso de tiro, disse Damron.

Os críticos argumentavam que a aprovação da lei levaria a um aumento da violência e dos esquadrões de execução. Damron, porém, afirmou que não tem conhecimento de qualquer acusação levantada contra uma pessoa legalmente licenciada. As 51.482 pessoas com porte de arma ativo no estado tem agido com responsabilidade, disse Damron.

“Podemos comparar os registros criminais desse grupo contra qualquer outro grupo no estado” disse ele. “Eles mostram que podemos confiar nos cidadãos que possuem armas”.

Dorsey concorda, muito embora a polícia tivesse reservas na época que a lei estava sendo votada. Muitos policiais pensavam que a lei levaria ao uso irresponsável das armas. “Eu estava atento ao caso. Esperava o primeiro tiro ser disparado, mas esse homem agiu corretamente” disse Dorsey.

Mas o deputado estadual Jim Callahan, um Democrata de Wilder que é contra o porte de armas, disse que o tiroteio de quinta feira ilustra o perigo de se dar mais acesso às armas para a população. “Meu distrito é densamente povoado. A última coisa que precisamos é de mais armas na rua” disse ele. Callahan, que votou contra a lei há três anos atras, disse que ainda tem suas reservas.