O CORREIO DO CIDADÃO Nº 095

Armas, Hipocrisia e Bom Senso.

divulgado em 31/MAR/00

Artigo publicado no jornal The Washington Times em 31/mar/00
Por Jackie Mason e Raoul Felder

Para ser totalmente honesto, tal como a maioria dos judeus, nos não gostamos de ficar perto de nada que machuque.
A única razão para os judeus terem facas em casa é para usá-las como chaves de fenda, e é por isso que todas as nossas facas estão com as pontas entortadas. De fato, lá em casa as coisas andam tão mal para nossas facas de manteiga que a única foram de passar manteiga no pão é esfregando o tablete sobre o mesmo.
Mas se outras pessoas acham que devem ter uma arma de fogo em casa, elas devem poder possuí-las. Só porque você tem uma arma em casa não quer dizer que vá sair por aí dando tiro em todo mundo, assim como não é pelo fato de você ter uma cerca em casa que sua mulher vai pular por ela.

O exército tem armas por toda a parte e os soldados não passam o tempo atirando uns nos outros. Liberace (1) tem a mesma anatomia de Bill Clinton, mas as mulheres se sentem totalmente seguras a seu lado. Edward G. Robinson fumava charutos o tempo todo, nem por isso fazia meninas adolescentes de cinzeiros. A proibição total das armas pode ser um bom negócio se bandidos e malfeitores concordarem com ela. O mentiroso-mor (2) usou a morte de Kayla Rolland como argumento para pedir mais controle de armas. Sendo um mero burocrata, é compreensível que não entenda nada de armas, mas o fato é que o monstrinho que matou Kayla obteve a arma de seu tio criminoso, que certamente não a registrou na polícia como manda a lei.

Em praticamente todo espasmo de violência sem sentido que tomamos conhecimento, o autor estava violando várias leis antes mesmo de fazer seu trabalho sujo. Faz mais sentido cumprir as leis que já existem do que passar mais leis que não serão obedecidas. Se as centenas de leis, por todo país, que envolvem compra, transporte e licenciamento de armas não são cumpridas, porque devemos acreditar que mais leis o serão?

A arma, nas mãos de um cidadão de bem, representa um respeitável elemento de dissuasão de atacantes. A cidade de Orlando, na Flórida, tinha um velho problema de estupros. Então a polícia ofereceu um badalado curso de treinamento em armas de fogo para mulheres. O resultado foi um decréscimo de 76% no número de estupros. Em 1982, a cidade de Kennesaw, na Geórgia, passou uma lei exigindo que todo dono de casa tivesse uma arma. O número de roubos em residências imediatamente caiu. Em Kansas City, as mercearias estavam sendo vítimas de uma epidemia de roubos. Os comerciantes relutavam em revidar as agressões dos bandidos com caixas de cereais porque se algum deles morresse eles seriam chamados de "cereal killers" (3) Por isso a polícia começou um curso de tiro para comerciantes que imediatamente acabou com esse tipo de crime. Interessante notar que, nesse período, crimes similares aumentaram nas cidades em torno de Kansas City. É fato bem conhecido que os ladrões de automóveis de Miami preferem assaltar carros com placas de outros estados, visto que essas pessoas não possuem porte de arma como os residentes locais.

Só porque o sujeito é um criminoso não quer dizer que ele seja burro. Não é preciso olhar para a Casa Branca para saber disso. Porque um meliante ia querer se meter com alguém portando uma arma? Afinal, ele entrou nesse negócio porque a arma lhe dava uma vantagem.

Dito isto, nós realmente não temos muito a discutir sobre algumas formas de controle de armas atualmente em estudo. O presidente Clinton quer um prazo de 3 dias para verificar os antecedentes do comprador para armas adquiridas em "GUN-SHOWS"(4). A NRA (5) quer limitar esse prazo a um dia. Suspeitamos que, com toda a tecnologia moderna a sua disposição, se a administração Clinton fosse séria, seria possível fazer essa verificação em um dia. Nós, entretanto, temos algumas objeções às travas de gatilho. Podemos imaginar um bandido apontando a arma para uma vítima enquanto esta pede um tempo para procurar a chave da trava.

A verdade estatística é que, nos EUA, as mortes por tiros têm caído acentuadamente. Em 1993 houve mais de 17 mil mortes. Em 1998 aconteceram 11 mil e espera-se que os números de 1999 sejam ainda menores. Mas ninguém quer ser confundido pelos fatos, especialmente os políticos.
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Jackie Mason é humorista e Raoul Felder é advogado.

Notas: 1 – Liberace: Pianista popular americano assumidamente homossexual.
2 – O autor está se referindo ao presidente Clinton.
3 – Trocadilho com “serial killers” – autores de múltiplos assassinatos.
4 - GUN SHOWS: Feiras livres de armas.
5 – NRA – National Rifle Association – o “lobby” pró-armas americano

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