Lavagem Cerebral

Publicado no jornal Monitor Mercantil de 14/nov/00

"Entre as inúmeras arbitrariedades do domínio britânico na Índia, a história mostrará que a pior foi privar uma nação inteira de armas."

Mahatma Ghandi

Sempre que um membro da Associação Nacional dos Proprietários e Comerciantes de Armas - ANPCA comparece a um programa de televisão, ou a qualquer auditório onde a maioria dos presentes é de jovens adolescentes, é invariavelmente recebido com vaias. Essas vaias são a prova cabal que a lavagem cerebral movida pelo governo e ONGs anti-armas está surtindo o efeito desejado entre a população.

Este fato levou-me a escrever este artigo especialmente para vocês, jovens adolescentes, que por inexperiência política e falta de oportunidade desconhecem o verdadeiro motivo do desarmamento. Tentarei usar uma linguagem bem simples e evitar conceitos pouco conhecidos para que qualquer um possa entender o que está por trás da campanha de desarmamento que assola o país.

Para começar, acredito que saibam que nenhum de vocês pode comprar uma arma legalmente. A lei determina que apenas os maiores de 21 anos podem exercer este direito (além das outras exigências tais como possuir residência fixa, estar empregado, não estar respondendo a processo, etc.). Portanto, vocês que são contra o direito à legítima defesa, na realidade nem podem exercê-lo. Isto acontece porque o Estado julga aqueles que têm menos de 21 anos irresponsáveis - ou seja: vocês, por enquanto, não passam de pobres incapazes. A lei que agora está sendo considerada no Congresso prevê que os brasileiros serão sempre e eternamente incapazes para o uso de armas, independentemente de sua idade, escolaridade ou padrão moral.

Entretanto, vejam que interessante, ao completar 18 anos de idade, todos vocês do sexo masculino serão chamados a cumprir o serviço militar. Isto significa que, com essa idade, o Estado entende que vocês já têm competência suficiente para empunhar uma arma e matar (ou morrer) para defender a pátria. Não é curioso? Pegar numa arma para defender conceitos abstratos como pátria, independência ou até mesmo "interesse nacional" é permitido. Pegar numa arma para defender coisas muito mais palpáveis e importantes como sua vida, a vida de seus entes queridos, sua propriedade e seus bens, isso não pode.

Será que vocês acreditam que, se essa campanha for vitoriosa e a as armas de fogo banidas para uso civil, ainda será permitido pegar em armas para defender seu país? Será que você, impedido de proteger aqueles que você ama e tudo que possui, aceitará ser convocado para lutar por uma coisa abstrata chamada pátria? Pátria de quem, cara pálida?

Portanto irmãozinhos, percebam que essa campanha de desarmamento civil não vai parar enquanto não conseguir também o fim das Forças Armadas brasileiras. Não há justificativa moral para que elas existam se você não pode defender o que é seu por direito natural, histórico e sagrado. Se você não pode defender seu lar, porque defender um pedaço de floresta, ou um pedaço do fundo do mar a 80 km da costa?

Agora as coisas começam a fazer sentido. Agora a dinheirama que entra no país para a campanha de desarmamento é justificável. Trata-se de uma estratégia de dominação. Nessa estratégia, é importante desarmar a nação e não apenas os civis. O desarmamento civil é apenas o primeiro passo. Serve para ir acostumando o povo com a idéia da submissão. Não reagir deixou de ser uma posição de covardia e passou a ser "politicamente correto". Não reaja!

Quero lembrar a vocês que as Forças Armadas não servem apenas para combater inimigos externos. Faz parte de sua missão constitucional preservar a integridade do país. Sem elas (ou com eles enfraquecidas) fica muito mais fácil desmembrar o Brasil em dois ou mais outros países. Que tal, por exemplo, uma nação Ianomâni independente?

Sei que vocês estudam na escola a história do mundo. Nas aulas e nos livros vocês viram que a história do mundo é uma história de conquistas, seja por via das armas ou outra forma qualquer. Alguns sonhadores dizem que o mundo miraculosamente mudou e o primeiro século do novo milênio que se avizinha (a Nova Era), será um tempo de paz e amor. Ledo engano, será uma época de dominação. Dominação econômica, cultural, e até mesmo territorial. Não reaja!

Agora, vamos raciocinar um pouco com números. Somo hoje um país com 160 milhões de habitantes. Destes, apenas 2,5 milhões possuem armas legais (registradas na polícia), ou seja: 1,6%. Para comprar essas armas esses cidadãos tiveram que provar que são honestos. Vocês acreditam que desarmando esses 1,6% de cidadãos honestos diminuirá a criminalidade ou a violência no país? É evidente que não. Vejam, portanto, que observando-se friamente os números podemos perceber que a campanha de desarmamento é mentirosa em sua essência. Não reaja!

Mas vocês não precisam acreditar em minhas palavras. Na parada militar de 7 de setembro de 2000, em Brasília, um menino de quatro anos (Lucas Moraes dos Santos) apareceu em todos os jornais do país por desfilar fardado e portando uma arma de brinquedo. No dia seguinte, tomada de indignação, a Sra. Reiko Niimi, representante da UNICEF no Brasil, escreveu ao governo brasileiro dizendo que a foto de Lucas nos jornais "transmite uma imagem infeliz aos pais e às crianças de que brincar de soldado não é apenas aceitável como louvável" (fonte:Jornal do Brasil, 10/9/00). Vejam, meus jovens amigos, aí está dito com todas as letras que ser soldado é algo inaceitável e condenável. Para os anti-armas, defender a pátria é inaceitável. Não reaja!

Creio que com esta explicação simples vocês devem ter percebido que, no mínimo, há algo estranho por trás dessa campanha de desarmamento. Leiam um pouco mais sobre o assunto. Procurem se informar. Não sejam o que os estrategistas chamam de "massa de manobra", os advogados chamam de "inocentes úteis" ou o que a galera chama de OTÁRIO.

Reajam!

Leonardo Arruda
Diretor de Relações Públicas da ANPCA


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