cartoon

Mas afinal, quem está matando os bichos?

Os ecologistas tradicionalmente responsabilizam os caçadores pela diminuição e até mesmo a extinção de várias espécies de animais. Este artigo escrito pelo doutor Colin Groves mostra como eles estão errados.


Há vinte anos atrás existiam entre 60.000 e 70.000 rinocerontes negros na África; atualmente existem cerca de 3.000.

Há dez anos a quantidade de ursos negros e cinzas existentes em alguns Parques Nacionais americanos era tão grande que provocou uma polêmica quando foi sugerida a eliminação de boa parte deles a tiros porque se transformaram numa praga e numa ameaça para os campistas e mochileiros. Atualmente eles são mantidos em cativeiro para evitar sua extinção.

Há dois anos atrás os defensores do meio ambiente na Índia planejavam a festa de comemoração dos vinte anos do mais bem sucedido programa de preservação da vida selvagem do mundo - o Projeto Tigre. Atualmente teme-se que ela vire um velório.

O que está havendo de errado? A resposta está na medicina chinesa.

O COMÉRCIO

Durante centenas de anos rinocerontes foram mortos e seus chifres enviados para a China e Coréia para serem utilizados na cura de febres, dores e doenças em geral. A pressão sobre a fauna começou a crescer no século passado com o aumento da população chinesa e, principalmente, pelo assentamento de comunidades chinesas além-mar. Já na Segunda Guerra Mundial as populações de animais selvagens da India, Java e Sumatra baixaram a um patético número de remanescentes. Entretanto, foi na década de 70 que foi descoberto o potencial econômico deste curandeirismo e alguns empresários organizaram grupos de predadores na África, armando-os com Kalashnikovs e dando início a matança generalizada de rinocerontes africanos. Os rinocerontes brancos do norte, que habitavam o Parque Nacional de Garamba, no Zaire, de dois milhares de casais foram reduzidos a 14. Os rinocerontes negros foram extintos no Camarões, Chade, Sudão, Etiópia e Somália, tendo se salvado alguns poucos no Kênia que ainda sobrevivem por estarem sob vigilância vinte e quatro horas do dia, protegidos por cercas de arame farpado e eletrificadas. Enquanto foi possível, o Zimbábue conteve a matança. Mas as pressões tornaram-se insuportáveis, as defesas ficaram sub-dimensionadas e a guarda florestal teve de capturar rapidamente os últimos rinocerontes vivos cortando-lhes os chifres e tornando-os sem atrativos para os comerciantes num desesperado esforço para salvá-los (ver artigo Um Safári no Zimbábue - ARMARIA nº6). Somente a Namíbia e a África do Sul ainda mantêm seus rinocerontes brancos e negros intocáveis.

Das oito diferentes subespécies de tigres (raças locais, ligeiramente diferentes no tipo de riscas e outras características), três delas desapareceram para sempre: os tigres Cáspio, o Javanês e o de Bali. Os tigres de Sumatra e da Indochina estão prestes a se extinguir. O tigre do Sul da China está reduzido a 40 exemplares (metade na selva, metade nos zoológicos), ainda restam cerca de 800 tigres siberianos (do norte da China), dos quais 4/5 estão nos zoológicos. Somente o tigre de Bengala (da Índia), até o momento, ainda pode ser contado aos milhares. Mas o curandeirismo chinês também está alcançando-os.

Existe pouca informação sobre os ursos. Sabe-se, entretanto, que todas as sete espécies estão sob ameaça de extinção. E a lista prossegue com outros animais tais como o Cervo Almiscareiro, o Leopardo da Neve, o Antílope da Saiga e até mesmo o famoso Panda Gigante.

MEDICINA OU EMBUSTE?

Muito bem! Já vimos que o curandeirismo chinês é responsável pelo desaparecimento de grande parte dos animais selvagens. Mas será mesmo um embuste? Não será uma medicina ainda desconhecida por nossa ciência?

Vejamos o que diz o livro Chinese Materia Medica (Read, 1982).

Hu Ku - Ossada de tigre. Os amarelos de machos são os melhores: cheiro acre, ligeiramente morno, sem veneno. Removem todo tipo de influências diabólicas e aplacam o medo. Usado para a cura de úlceras, feridas de mordidas de rato, para dores reumáticas nas juntas, músculos e câimbras musculares, para dores abdominais, febre tifóide, malária e hidrofobia. Se colocado no teto afasta os demônios e, portanto, cura pesadelos... Crianças recém-nascidas devem ser banhadas em sua solução para prevenir infecção, convulsão, possessões demoníacas, crostas e bolhas... fortalece os ossos, cura desinteria crônica e é bom para a profilaxia do ânus...

Jou - Carne de tigre. Empregada para todo tipo de náuseas bem como para diminuir a salivação excessiva e no tratamento da malária. Poderoso talismã contra 36 tipos de demônios, um tônico para o estômago e para o baço.

Kao - Gordura de tigre. Empregada para todo tipo de náuseas, para feridas causadas por mordidas de cachorro, para tratamento no sangramento de hemorróidas. Pode ser derretida e aplicada no couro cabeludo de crianças com queda de cabelos.

Hsueh - Sangue de tigre. Melhora a constituição física e aumenta a disposição.

E por aí vai: Estômago de tigre, testículos, globo ocular, nariz, dentes, garras, pele, bigodes, face e até mesmo as sobras de ossos das faces.

De acordo com Jackson (1991), entre 1985 e 1990 a Coréia do Sul importou 1.700 quilos de ossos de tigres. Da mesma forma, até 1979, uma cervejaria em Taiwan importava anualmente 2.000 kg de ossos de tigre para a fabricação de 100.000 garrafas de vinho de osso de tigre. Se atentarmos que o esqueleto de um tigre pesa entre 8 e 20 quilos, podemos calcular quantos tigres estes valores representam.

Em se tratando de ursos a Materia Medica recomenda a gordura, a carne, as patas, a medula espinhal, o sangue, os ossos e sobretudo a bile para tratamento de febres epidêmicas, icterícia, angina, úlceras nasais e todas as inflamações graves e convulsões infantis provocadas por febre alta. Clareiam os pensamentos, acalmam e melhoram a visão. Usados para tratamento da conjuntivite, cegueira dos recém-nascidos e vários outros problemas de visão, assim como no tratamento das cáries. O mesmo se aplica aos rinocerontes.

AFRODISÍACO

A maioria dos leitores do ARMARIA é de origem e tradição européia, e o que os ocidentais pensam saber sobre chifres de rinoceronte é que estes são usados pelos chineses como afrodisíaco. Mas isto não é verdade. Na realidade eles são utilizados como medicamento. Esmond Bradley Martin percorreu toda a Ásia visitando farmácias, conversando com médicos tradicionais e com gente do povo. Observou que as pessoas se sentiam perfeitamente à vontade ao falar sobre seus métodos afrodisíacos, tais como: infusão de chá com centopéias, pele de chifre de veado, testículos e pênis de focas, sopa feita com veneno de cobra, almíscar e, é claro, ginseng. Em Burma e norte da Tailândia usavam sangue de rinoceronte e especialmente sua urina, mas não os seus chifres.

Martin acredita que esta idéia errônea surgiu porque em parte da India, principalmente em Gujarat, o chifre do rinoceronte é considerado um afrodisíaco, muito embora não seja o mais importante. Através dos séculos, muitos dos que negociavam chifres de rinocerontes na Europa provavelmente eram originários de Gujarat, e certamente divulgavam que os chinêses e coreanos davam aos chifres de rinocerontes o mesmo uso que eles.

Martin descobriu que o uso mais importante do chifre de rinoceronte na medicina chinesa é para abaixar febre. Qualquer tipo de chifre de rinoceronte se presta a esta função, entretanto, os originários de rinocerontes da Ásia, por serem menores que os africanos, acreditam-se que têm suas propriedades mais concentradas. A explicação dada pelos farmacêuticos era que os rinocerontes indianos vivem em clima mais árido, de forma que seu chifre se adapta melhor a febres "secas", enquanto que os chifres dos rinocerontes de Sumatra, por viverem na floresta úmida, adaptam-se melhor a febres úmidas. O casco dos rinocerontes pode ser usado em casos de emergência, mas suas propriedades são muito fracas (Martin,1980). Atualmente, os compêndios modernos de medicina chinesa dizem que os chifres de rinoceronte repelem o calor, refrescam o sangue, aliviam convulsões e neutralizam as toxinas; são usados no tratamento da febre, gripe, envenenamento, convulsão, epilepsia, inquietações, delírios, erupções, erisipelas, tumefação malígna, abcessos etc. (But et al., 1990).

A medicina chinesa tem encontrado receptividade entre os adeptos da Nova Era, místicos que alegam que ela tem sido aplicada com sucesso durante séculos. É bom notar que a medicina chinesa é baseada em princípios paranormais sem nenhuma base científica. Estes princípios são: "ying, yang, fora, dentro, vazio, cheio, frio e quente". Chifre de rinoceronte é considerada uma droga fria, portanto própria para enfermidades graves, principalmente quando o calor está associado aos dois componentes internos do corpo xue (sangue) e ying (manutenção) ( But et al., 1990).

Em Johor, uma companhia farmacêutica produz a "Água de Chifre de Rinoceronte marca Tres Pernas", cuja bula diz ser indicado para "malária, febre alta que ataca o coração e os membros superiores e inferiores, contra vertigens, insanidade, dor de dente etc. Na Coréia, o chifre de rinoceronte, combinado com outros ingredientes,formam as cápsulas Chung Sim Huan que tratam muitos males. Este medicamento é encontrado apenas na Coréia do Sul, para desespero dos norte coreanos que sentem sua falta. Até mesmo no Japão, país do trem bala e do microchip, o chifre de rinoceronte é usado para febre alta, sarampo, coriza e para aliviar envenenamento do sangue (Martin & Ryan, 1990).

NO OCIDENTE

Toda esta crença existe há muitos e muitos anos. No livro Shennong Bencao Jing (literalmente: O Herbário Divino do Lavrador) escrito entre 200 AC e 200 DC, o chifre de rinoceronte já era recomendado no tratamento de intoxicação e delírio (But et al., 1990).

Não ria, seu demônio estrangeiro narigudo. Não faz muito tempo seus próprios ancestrais acreditavam neste tipo de coisa. Na Grécia antiga preparava-se uma taça com chifre de rinoceronte (na época chamado de chifre de unicórnio) que permitia detectar a presença de veneno em líquidos, pois ao colocá-lo na taça ele espumava e transbordava. Somente no século 18, o naturalista sueco Carl Thunberg, após fazer testes com uma dessas taças, provou que tudo não passava de crendice. Mais ainda, ele descobriu que aparas dos chifres eram usadas no tratamento de várias doenças e para convulsão em crianças.

Em 1590 o Papa Gregório XIV estava moribundo. Foi-lhe administrado uma poção feita com a extremidade de um chifre de rinoceronte ralado que (OH!) não conseguiu reanimá-lo. Em 1846, um tal de P.W. Hofland declarou que uma poção preparada com pó de chifre dissolvido em vinagre durante 3 minutos era perfeita contra mordida de cobra. Recentemente, em 1911, "frau" J. Kloppenburg-Vers-teegh recomendou pulverizar o pó de chifre em água fria, aquecê-la e filtrá-la, após o que o doente deveria tomá-la diariamente ao natural até ficar bom. Estas duas poções milagrosas são citadas por Sody (1959).

O TRÁFICO

Hoje em dia, a quantidade de chifres de rinoceronte no mercado é muito pequena, certamente por existirem muito poucos animais ainda vivos. De acordo com o levantamento feito por Martin e Ryan em 1990, entraram no mercado, no período 1970-1990, uma média de 3 chifres de rinocerontes Javaneses, 93 de Sumatra e 43 indianos por ano (convém lembrar que existem apenas 60 rinocerontes javaneses vivos no mundo inteiro; no máximo 1.000 de Sumatra e perto de 2.000 indianos - estes últimos estão melhor guardados que os de Sumatra). Na década de 70, uma média de 8 toneladas de chifres de rinocerontes deixavam a África a cada ano. Este valor baixou para 3 toneladas por ano na década de 80. Martin e Ryan calculam que isto representa um total de 4.350 rinocerontes brancos e entre 74.240 e 93.800 rinocerontes negros abatidos. Os rinocerontes oriundos da Ásia são mais valorizados que os naturais da África. Em Chengdu, os chifres de rinocerontes africanos custavam US$ 3.927,00 por quilo, enquanto que os Asiáticos atingiam US$ 24.200,00.

Existe ainda um outro problema além da medicina. Através dos séculos formou-se na China uma tradição em artezanato com chifres de rinocerontes. Os chifres são esculpidos na forma de vasos, com desenhos intrincados, que se tornam translúcidos após o polimento, apresentando uma beleza toda especial. Martin (1991) reporta que estas taças antigas tem sido usadas, atualmente, para compensar o declínio no fornecimento de chifres novos. Na indústria farmacêutica Tong Ren Tang, em Beijing (Pequim), que se dedica quase exclusivamente ao mercado chinês d'além-mar, seus estoques contém não somente chifres de rinocerontes frescos como também bolsas repletas de antiguidades - uma profusão de pratos, chícaras, tigelas, estátuas, roubadas ou compradas de museus e colecionadores particulares que datam dos períodos Ming e Ching.

Contra a lei? Certamente que sim. A China e os demais países envolvidos assinaram o tratado da Convenção Sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES), mas ainda assim os comerciantes continuam dirigindo-se à indústria para comprar e exportar medicamentos.

QUÍMICA E POSOLOGIA

De acordo com meus conhecimentos ninguém jamais testou as propriedades atribuídas ao vinho feito com ossos de tigre ou com bílis de urso. A reivindicação de que uma substância afasta os demônios pode ser um pouco difícil de ser comprovada. Mas os remédios de chifres de rinocerontes podem ser testados. Hoffmann-La Roche, por exemplo, administrou chifre de rinoceronte a coelhos cuja temperatura foi aumentada com a bactéria E.coli e não foi observado nenhum efeito. But et al. (1990) alegaram que a febre causada por E.coli é muito transitória; eles injetaram, então, terebentina em ratos e depois administraram extrato aquoso de chifre de rinoceronte, de boi, de búfalo e de antílope saiga a diversos grupos. Observou-se que em concentrações entre 2,5 g/ml e 5 g/ml, o chifre de rinoceronte induziu uma redução de 0,8ºC na temperatura do corpo num período de 30 minutos. Esta redução de temperatura durou 1 hora e meia e foi reforçada por uma segunda injeção; a redução foi bem menor com concentração de 1 g/ml e ausente a 0,5 g/ml. O tratamento com chifre de boi e búfalo mostrou um efeito menor, entretanto, o chifre do antílope saiga apresentou resultado maior e num prazo menor. Antes que voces digam "Ah! mas então isto funciona" e premiarmos o Dr. But e seus colegas pela demonstração de um fenômeno paranormal, permitam-me lembrar que a dose injetada de 5g/ml equivale a mais de 100 vezes a dose oral normalmente administrada a pacientes humanos.

Em estudos posteriores, But et al. (1991) usaram o chá Qingying (mencionado pela primeira vez num herbário de 1798) o qual combina chifre de rinoceronte com ervas, e descobriram que o chifre associado às plantas, ou as plantas somente, conseguem reduzir a febre melhor que o chifre de rinoceronte sozinho. Esta mesma combinação, substituindo-se o chifre de rinoceronte pelo de búfalo doméstico, funcionou muito bem. Partindo desta descoberta, os autores sugerem que o chifre do antílope saiga, ou do búfalo, poderia substituir o chifre de rinoceronte. Espero, já que é assim, que dêm preferência ao de búfalo, por ser este um animal doméstico e existirem milhões deles de norte a sul na Ásia, enquanto que o saiga é uma espécie mais vulnerável.

Talvez, mas eu não estou convencido. Chifre de rinoceronte, assim como todos os outros, da mesma forma que cascos e até mesmo unhas, consistem de fibras de queratina contendo aminoácidos, derivados de guanidina, esteróides, etanolamina, ácido péptico, derivados de açúcar e fósforo e traços de outros elementos. Diferem, um pouco, dos chifres de boi por possuirem maior concentração de cálcio, equiparando-se aos dos búfalos e antílopes. De acordo com esta química, parece-nos mais provável que o leve efeito observado nos ratos, com doses fantasticamente altas, deveu-se ao cálcio ou, talvez, às proteínas injetadas na corrente sanguínea.

Já é hora de se fazer esta experiência em seres humanos. Pegam-se quarenta pacientes que acreditam nos efeitos milagrosos do chifre de rinoceronte; dá-se a dez deles chá de chifre verdadeiro, a outros dez dá-se chá de chifre de búfalo, a outros dez aspirina dissolvida em água e, aos dez últimos, um placebo qualquer. Repete-se duas vezes a experiência mudando-se os grupos e observa-se os resultados.

Infelizmente, até que alguma instituição séria decida patrocinar este teste os rinocerontes já estarão extintos.


Traduzido e adaptado da revista australiana THE SKEPTIC - outono de 1993. Título original: Bad Medicine for Wildlife.

Colin Groves é médico e antropólogo.

REFERÊNCIAS:

But, PP-H, L-C Lung & Y-K Tam. 1990. Ethnopharmacology of rhinoceros horn 1: Antipyretic effects of rhinoceros horn and other animals horns. J. Ethnopharmacol. 30: 157-168.

But, PP-H, Y-K Tam & L-C Lung. 1991. Ethnopharmacology of rhinoceros horn 2: Antipyretic effects of prescriptions containing rhinoceros horn or water buffalo horn. J. Ethnopharmacol. 33: 45 - 50.

Martin, E B 1980. The International Trade in Rhinoceros Products. IUCN/WWF, Gland (Suiça).

Martin, E B 1991. Rhino Horn in China: a problem for conservation and for the world. Wildlife Conservation, 94:24-5.

Martin, E B & T C I Ryan. 1990. How much rhino horn has come onto international markets since 1970? Pachyderm, 13:20-5.

Read, B E 1982. Chinese Materia Medica: Animal Drugs. Southern Materials Center, Inc., Taipei.

Sody, H J V 1959. Das Javanische Nashorn. Zeits. f. Saugetwerkunde, 24: 109-240.

Nota do Editor: A medicina tradicional chinesa ainda não infectou o Brasil da mesma forma que outros países. O ambiente propício para isso, entretanto, já existe, haja visto como se espalharam entre nós outras pseudo ciências tais como florais de bach, cristais, pirâmides, etc. Recomendamos aos leitores que tirem cópias deste artigo e divulguem entre seus conhecidos mais influenciáveis por mistificações. Temos de impedir que esta praga invada nosso país. Já pensaram se alguém "descobre" que osso de onça tem as mesmas propriedades do osso de tigre?


Retornar ao ARMARIA ON LINE.